Chouriço de Abóbora de Barroso-Montalegre IGP

Descrição: O Chouriço de Abóbora de Barroso-Montalegre IGP é um enchido fumado, em forma de ferradura, com cerca de 6 cm de diâmetro, obtido à base de carne e gordura de porcos da raça Bísara (ou com 50% de sangue Bísaro) e de abóbora porqueira, condimentadas com sal, alho, vinho e colorau picante e/ou doce. De aspeto rugoso, é constituído por pasta mole e seca na qual se podem aperceber pedaços de tamanho reduzido (carnes desfiadas). A sua cor varia de alaranjado a castanho-escuro com manchas.

Método de produção: O miolo das abóboras é raspado com uma colher e deixado a escorrer durante 2 dias. As carnes são cortadas em pedaços pequenos e condimentadas com sal, vinho e alho, permanecendo em repouso até 5 dias, a menos de 10 °C, em local com pouca humidade, após o que se adiciona o colorau picante e/ou doce. Posteriormente junta-se a abóbora e procede-se ao enchimento. O enchido é atado em forma de ferradura e fumado em lume brando (fundamentalmente a partir de lenha de carvalho) durante cerca de 30 dias. Apresenta-se no mercado em peças inteiras pré-embaladas.

Características particulares: As características do Chouriço de Abóbora de Barroso-Montalegre IGP estão intimamente relacionadas com a raça e dos porcos e sua alimentação, como as qualidades especiais das abóboras locais e com o método tradicional de enchimento e fumagem ainda hoje utilizado.

Área de produção: A área geográfica de produção da carne e da gordura engloba os concelhos de Boticas, Chaves e Montalegre (área tradicionalmente designada por Barroso), do distrito de Vila Real. A área geográfica de produção da abóbora e de transformação e acondicionamento engloba apenas o concelho de Montalegre.

História: O isolamento geográfico da região do Barroso fez com que a dieta regional estivesse essencialmente limitada à produção local. A antiguidade e importância da criação de porcos são testemunhadas pelas referências feitas em vários forais relativos aos tributos dos suínos e seus produtos, entre os quais o foral de Montalegre. Para poder ser consumida durante todo o ano desenvolveram-se formas de conservar a carne de porco, que se tornaram numa arte ancestral transmitida de geração em geração.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamentos de produtores
Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã

Organismo de controlo e certificação
Kiwa Sativa – Unipessoal, Lda.

Plano de controlo
Plano de controlo (pdf)

Publicação no jornal oficial da UE
Regulamento (CE) n.º 148/2007 da Comissão de 16.2.2007 - L 46/14
Publicação do pedido de registo (2005/C 329/08), de 24.12.2005

Publicação em DR
Aviso n.º 7854/2001, de 8 de junho

 

Padrão da Raça Suína Bísara: Conforme definido no Regulamento do Livro Genealógico os suínos da Raça Bísara caracterizam-se morfologicamente do seguinte modo:

Bisaro 1Aspeto geral — Animais grandes, chegam a atingir 1 m de altura e 1,5 m desde a nuca à raiz da cauda;
Pelagem — Branca, preta ou malhada; pele geralmente grossa e as cerdas normalmente compridas, grossas e abundantes;
Cabeça — Grossa e de perfil côncavo; crista occipital dirigida para diante, tromba espessa e comprida, boca grande. Orelhas compridas, largas e pendentes, sem contudo cobrirem os olhos. Face pouco desenvolvida e papada reduzida;
Pescoço — Comprido e regularmente musculado;
Tronco — Tórax alto, achatado e pouco profundo, com costelas compridas e pouco arqueadas Dorso comprido, linha dorso-lombar convexa. Ventre esgalgado, com dez tetos ou mais. Flanco largo e pouco descido. Garupa de bom comprimento mas estreita, descaída e pouco musculada. Cauda de média inserção e grossa;
Bisaro 2Membros — De regular aprumo, compridos, ossudos e pouco musculados. Pés bem desenvolvidos mas brandos.

Fontes:
ANCSUB – Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara
Agroquisa – Ciências para a Qualidade de Vida
Ruralbit – Fotografias de Raças Autóctones