Alheira de Vinhais IGP

Descrição: A Alheira de Vinhais IGP é um enchido fumado em forma de ferradura, com aproximadamente 30 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, pesando entre 170 a 200 g e apresentando uma cor amarelo-acastanhada. É obtida a partir de carne de porco de raça Bísara (ou do seu cruzamento com outras raças, desde que com 50% de sangue Bísaro), carne de aves (apenas para a calda), pão regional de trigo e azeite de Trás-os-Montes, condimentados com sal, alho e colorau. Ao corte a massa apresenta um aspeto homogéneo, ainda que se notem as carnes desfiadas.

Método de produção: Após cortadas, as carnes de porco e de aves são cozidas em água e sal. O pão é cortado em fatias finas com a côdea, procedendo-se ao seu amolecimento na calda da cozedura, a quente. A esta massa juntam-se os restantes condimentos (alho, colorau e azeite) e as carnes de porco desfiadas. Após o acerto da condimentação procede-se ao enchimento imediato da tripa e ao seu fecho com nós. As alheiras são então submetidas a uma fumagem em lume brando, com lenha da região (carvalho ou castanheiro), e posteriormente a uma cura ou estabilização durante mais de 8 dias. A Alheira de Vinhais IGP é a seguir embalada na origem, apresentando-se no mercado em peças inteiras (a sua textura não permite que seja apresentada cortada ou fatiada).

Características particulares: O clima da região, a experiência na criação de suínos das populações locais e o método de fumagem tradicional utilizado fazem da Alheira de Vinhais IGP um enchido com características únicas.

Área de produção: A área de nascimento, cria, recria, abate e desmancha dos porcos usados na produção de Alheira de Vinhais IGP engloba os distritos de Bragança e de Vila Real. A área geográfica de transformação engloba apenas o distrito de Bragança.

História: A história da Alheira de Vinhais IGP está intimamente ligada à criação de suínos na região, de que são testemunho as inúmeras estátuas e monólitos de pedra evocativas dessa criação que podem ser encontrados por toda a região, bem como os muitos registros escritos em arquivos municipais relativas à tributação de suínos e de produtos deles oriundos.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores
ANCSUB - Associação Nacional de Criadores de Suínos da Raça Bísara

Organismo de controlo e certificação
TRADIÇÃO E QUALIDADE - Assoc. Interprof. Produtos Agro-Alimentares de Trás-os-Montes

Plano de controlo
Plano de controlo (pdf)

Publicação no jornal oficial da UE
Regulamento (CE) n.º 676/2008 da Comissão – L189/19 – 17.7.2008
Publicação do pedido de registo (2007/C 236/09) – C236/18 – 9.10.2007

Publicação em DR
Aviso n.º 13707/2014, de 09.12.2014
Despacho n.º 16840/2005, de 04.08.2005
Aviso n.º 3274/2005, de 30.03.2005
Aviso n.º 453/2002, de 15.01.2002

 

Padrão da Raça Suína Bísara: Conforme definido no Regulamento do Livro Genealógico os suínos da Raça Bísara caracterizam-se morfologicamente do seguinte modo:

Bisaro 1Aspeto geral — Animais grandes, chegam a atingir 1 m de altura e 1,5 m desde a nuca à raiz da cauda;
Pelagem — Branca, preta ou malhada; pele geralmente grossa e as cerdas normalmente compridas, grossas e abundantes;
Cabeça — Grossa e de perfil côncavo; crista occipital dirigida para diante, tromba espessa e comprida, boca grande. Orelhas compridas, largas e pendentes, sem contudo cobrirem os olhos. Face pouco desenvolvida e papada reduzida;
Pescoço — Comprido e regularmente musculado;
Tronco — Tórax alto, achatado e pouco profundo, com costelas compridas e pouco arqueadas Dorso comprido, linha dorso-lombar convexa. Ventre esgalgado, com dez tetos ou mais. Flanco largo e pouco descido. Garupa de bom comprimento mas estreita, descaída e pouco musculada. Cauda de média inserção e grossa;
Bisaro 2Membros — De regular aprumo, compridos, ossudos e pouco musculados. Pés bem desenvolvidos mas brandos.

Fontes:
ANCSUB – Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara
Agroquisa – Ciências para a Qualidade de Vida
Ruralbit – Fotografias de Raças Autóctones