Batata Doce de Aljezur IGP

Descrição: A Batata doce de Aljezur IGP é a raiz adventícia da planta Ipomoea batatas L. (syn. Batatas edulis) da variedade Lira e da família das Convolvulaceas, que, por tuberculização, se toma carnuda. Apresenta uma forma piriforme alongada, de epiderme de cor púrpura ou castanho-avermelhada e polpa amarela. O calibre varia entre os 8,5×4,0 cm e os 16,5×7,1 cm e atinge um peso entre 50 e 450 g.

Método de produção: Em fevereiro é feita a instalação do viveiro, com a plantação de raízes a 10-15 cm de profundidade e um compasso de 50×60 cm. A transplantação para o local definitivo faz-se em abril/maio, através da plantação de uma porção de caule com cerca de 25 cm de comprimento, com um compasso de 20×65 cm. A cultura fica no terreno cerca de quatro meses, efetuando-se a maior parte das colheitas em outubro, quando as raízes atingem a maturação e não existe excesso de humidade no solo. Após a colheita, colocam-se as batatas em regime de «cura» em cima da terra por um período de cerca de oito dias, com vista a promover a suberificação e cicatrização de cortes e outras feridas, seguindo-se a limpeza para eliminação de excessos de terra e de outras impurezas. O armazenamento é feito em local arejado e fresco, com temperaturas médias de 13/14 °C.

Características particulares: Possui um sabor adocicado e textura pouco fibrosa e quando comida crua apresenta um sabor semelhante ao da castanha.

Área de produção: A área geográfica de produção, preparação e acondicionamento está circunscrita ao concelho de Aljezur, do distrito de Faro e às freguesias de S. Teotóneo, S. Salvador, Zambujeira do Mar, Longueira — Almograve e Vila Nova de Milfontes do concelho de Odemira, do distrito de Beja.

História: Aljezur foi fundada no século X pelos Árabes, tendo sido tomada aos mouros em 1249. Reza a lenda (apesar da dissonância cronológica com a efetiva introdução da batata doce na Europa) que os Cavaleiros de Santiago, chefiados pelo seu Mestre D. Paio Peres Correia, antes de cada importante batalha utilizavam como complemento alimentar uma «poção» elaborada a partir de batata doce. O vigor na invasão e a rapidez na tomada do castelo de Aljezur deixou os mouros boquiabertos, incapazes de reagir a tão impetuosa carga. A conquista ocorreu em 1249 e a poção que determinou a magnífica vitória foi, segundo a lenda, nada mais, nada menos, que a famosa «feijoada de batata doce de Aljezur». Qualquer que seja a verdade histórica, a origem da cultura em Aljezur perde-se no tempo, confirmando a forte tradição da batata doce na região e nos hábitos alimentares das suas gentes. A cultura encontra-se perfeitamente adaptada às condições naturais da zona em causa, tem raízes profundas na tradição local e a sua origem perde-se no tempo. Chegou até aos nossos dias porque os consumidores deste tipo de produto reconhecem que estas batatas possuem características únicas (doce, macia e pouco fibrosa) e preferem as batatas doces da variedade Lira produzidas nesta região de Aljezur em detrimento das batatas doces importadas de outras regiões do mundo.

Caderno de especificações (pdf)

Área geográfica

Agrupamento de produtores
Associação dos Produtores de Batata doce de Aljezur

Organismo de controlo e certificação
Kiwa Sativa – Unipessoal, Lda.

Plano de controlo
Plano de controlo (pdf)

Publicação no jornal oficial da EU
Regulamento (CE) n.º 510/2006 do Conselho de 19.12.2008 (2008/C 324/13)
Regulamento (CE) n.º 752/2009 da Comissão de 17 de agosto de 2009