Arrepiados do Convento de Almoster

Descrição: Bolos irregulares de amêndoa, feitos com amêndoas e açúcar em partes iguais e claras de ovos para ligar, e cuja superfície apresenta bicos. A sua forma é redonda, com 8 cm de largura e 2 cm de altura, e têm uma superfície irregular, donde lhe vem o nome de Arrepiado. Apresenta cor castanho-clara.

Região: Lisboa e Vale do Tejo.

Outras designações: Arrepiadas. Carriços. Carrasquinhas do Algarve.

Particularidade: Configuração rugosa com aspecto de pele arrepiada.

História: Os Arrepiados foram criados no mosteiro de Almoster, fundado em 1289 por D.ª Berenjária ou Berengueira, monja bernarda. Al monasterium (o mosteiro) é o topónimo que acasala o árabe com o latino e evoca a religiosidade cristã. Das freiras temos hoje as receitas dos Celestes e dos Arrepiados. Desconhece-se o nome da monja ou monjas que o conceberam, mas uma velha história de Almoster conta que a rivalidade entre as freiras de Santa Clara e das Bernardas, a respeito de doces, era tão grande que um dia uma freira bernarda, ao ouvir que iam ser visitadas por um alto dignitário eclesiástico, exclamou: «Vou fazer um doce tão bom que eles até se arrepiam!». Daqui o nome de Arrepiados. Inicialmente eram distribuídos na romaria de S. Bernardo, mas eram tão apreciados, por não serem muito doces e, por isso, nada enjoativos, que a sua receita se encontra hoje bastante divulgada. São incluídos tradicionalmente nas sobremesas do Festival Nacional de Gastronomia e figuram nos roteiros turísticos da Região de Turismo do Ribatejo.

Uso: São consumidos a qualquer hora do dia, sendo ainda incluídos nas ementas de festas.

Saber fazer: A amêndoa torrada, cortada em fatias fininhas, é adicionada às claras em castelo batidas com açúcar. Formam-se os bolinhos num tabuleiro e cozem no forno.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001