A Bella Queijadinha de Barcelos

Descrição: A Bella Queijadinha de Barcelos apresenta-se sob duas formas: em estrela de cinco bicos e em forma de charuto. A massa do recheio é envolvida em hóstia e, depois de lhe ser dado o formato, a queijadinha vai ao forno a cozer. Quando sai do forno é mergulhada numa calda de fondant e seca ao ar, o que lhe dá uma cor branca. A base do recheio é uma massa de amêndoa com frutos em calda, queijo branco fresco e ovos triturados até ficar com uma consistência de papa. Depois de pronta, a queijadinha tem uma consistência macia, embora o invólucro seja estaladiço.

Região: Norte.

Outras denominações: Queijadinhas. Queijadinhas de Barcelos.

Particularidade: Bolo em forma de estrela de cinco bicos ou de charuto, com uma capa de açúcar branco e recheado com um doce feito à base de amêndoa e frutos em calda.

História: A queijadinha com o nome de A Bella Queijadinha de Barcelos surgiu por volta de 1900, na Confeitaria Salvação de Barcelos, que sempre a fabricou e a registou com aquele nome. Embora se encontrem nessa região outras confeitarias a fabricar produtos similares, a verdadeira queijadinha é a de Barcelos. A receita foi passada aos descendentes, sempre oralmente, até à atual geração, que é a quinta. A confeitaria, apelidada em 1830 de Confeitaria Confiança, mudou o seu nome para Salvação, por volta de 1850, devido ao hábito que o seu proprietário, o Sr. Manuel Joaquim Duarte Ferreira, tinha de «jurar pela sua salvação» que os doces eram da última fornada. Assim, os clientes passaram a chamar-lhe o Salvação. O Sr. Manuel Joaquim apreciou o nome e fê-lo acrescentar aos seus apelidos, mudando também o nome à confeitaria. Estes dados constam do Historial da Confeitaria Salvação.

Uso: Como sobremesa ou gulodice a qualquer hora do dia.

Saber fazer: Trituram-se frutos em calda (laranja em maior proporção, maracujá, damasco, pêssego), amêndoa e um pouco de queijo branco até formar uma papa que vai ao lume a engrossar com gemas de ovos. Depois da pasta fria acrescenta-se miolo de amêndoa ralado para dar o ponto de enformar. Embrulham-se em hóstia, dando-se a umas a forma de estrela e a outras a forma de charutos. Vão ao forno a secar, sendo seguidamente mergulhadas numa calda de açúcar feita com água e claras em castelo, o que lhes dá depois de secas uma cor branca.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001