Porquinhos de Doce

Descrição: Doce fabricado com massapão corado de castanho, pela adição de chocolate, recheado com doce de ovos, doce de gila e fios de ovos. Pode também levar trouxas de ovos.

Região: Alentejo

Outras denominações: Porca de Beja.

Particularidade: Doce de amêndoa com chocolate, armado em forma de porco deitado de lado sobre um guardanapo de papel rendado. Pode apresentar-se com vários tamanhos e formatos, sendo os maiores os mais decorados. Aparece, por vezes, com a forma de uma porca a amamentar os leitãozinho e decorado com bolotas feitas da mesma massa.

História: Sendo o porco o animal que entra primordialmente na alimentação das populações alentejanas e sendo a época do Natal a época por excelência das matanças, começou há muitos anos a ser fabricado numa pastelaria de Beja um doce de Natal com a forma de um porco. O seu peso varia entre 1 kg até cerca de 2 kg e é armado em massapão de cor castanha, pela adição de chocolate, para ter a cor do porco de raça alentejana. «... é constituído por pequenas peças modeladas em feitio de porcos..., recheadas de doce de ovos, tem um revestimento de chocolate e, como decoração, pequenos ramos de bolotas e dísticos relativos à intenção. Costuma ser apresentado em caixas de cartão mais ou menos decoradas...». Este doce foi também descrito como um «mimo» do Convento do Paraíso.

Uso: Como gulodice e sobremesa durante todo o ano. Muito utilizado para oferta na altura do Natal.

Saber fazer: Sendo a receita um segredo bem guardado pelas casas que o fabricam, pode dizer-se que o porco é modelado sobre uma folha de papel branco, alternando camadas de fios de ovos, doce de gila e doce de ovos (ovos moles). O recheio é coberto com uma camada bem lisa de massapão de cor castanha, dando-lhe a forma de um porco deitado. Espetam-se duas contas de vidro no local dos olhos e pode enfeitar-se, no dorso, com folhas de azinheira feitas de chocolate e com frases alusivas ao que se deseja festejar.

Fonte: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001