Meias-Luas de Viana

Descrição: Pastéis feitos de uma massa preparada com farinha de trigo, manteiga, água, sal e manteiga para fritar. O recheio é feito com farinha de pau, ovos, açúcar e amêndoa. Têm forma de meia-lua, com cerca de 10cm no seu maior comprimento.

Região: Norte.

Particularidade: Pastéis fritos, recheados com doce de farinha de pau (farinha de mandioca e ovos.

História: É um doce conventual, confecionado e vendido no Recolhimento de Santiago. Diz a tradição que estes doces eram confecionados pelas jovens recolhidas no convento após terem sido abandonadas, ainda crianças, pelos seus familiares. A sua venda era feita através da «roda» do convento. Esta roda era constituída por uma peça de madeira que existia em certas portas dos conventos e que permitia que, do lado de fora, se depositasse o que se queria enviar para o interior do convento, anonimamente, através da abertura da mesma porta. Assim, a mesma «roda» que servia para depositar as crianças, servia também para quem queria comprar as Meias-Luas. As pessoas colocavam o dinheiro na roda, rodavam-na pela abertura própria e, do outro lado, as recolhidas colocavam as Meias-Luas embrulhadas em papel muito fino.

Uso: As Meias-Luas são um doce delicado e relativamente caro, estando por isso associadas a ocasiões festivas. No entanto, atualmente a sua confeção e venda estão generalizadas a todas as épocas do ano.

Saber fazer: Peneira-se a farinha em monte num balcão de pedra mármore. Faz-se uma cova ao meio e deita-se dentro a manteiga. Liga-se, deitando a água necessária para trabalhar. Faz-se depois um rolo que se corta em fatias de cerca de 4 cm. Estas são depois estendidas com o rolo para a massa ficar muito, muito fina. Prepara-se o recheio levando ao lume o açúcar com um pouco de água. Deixa-se ferver até ponto de pérola e junta-se a amêndoa pelada e ralada. Ferve mais um pouco e junta-se a farinha de pau (farinha de mandioca), sem parar de mexer. Recheiam-se os bocados de massa fina, anteriormente preparados, dobram-se e cortam-se em forma de meia-lua, fazendo aderir bem os bordos. Fritam-se numa mistura de óleo e manteiga em partes iguais. Polvilham-se com açúcar em pó.

Fonte: Produtos tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001