Descrição: A carne de Cabrito da Beira IGP é obtida a partir de cabras da raça Serrana e Charnequeira, bem como dos animais resultantes do cruzamento destas duas raças.
Método de produção: Uma vez que estes animais resultam do cruzamento de duas raças, a sua aparência pode variar consideravelmente, no entanto as raças de que resultam podem ser assim descritas: a Raça Serrana tem origem na Serra da Estrela e é caracterizada por apresentar baixa estatura, com membros finos e resistentes. A Raça Charnequeira é criada maioritariamente na zona sul da Beira Interior e apresenta animais de grande corpulência, com membros fortes e curtos.
Características particulares: Os animais são criados num sistema de exploração da raça caprina baseada no pastoreio extensivo, sendo a sua alimentação quase exclusivamente de leite materno. Os cabritos são abatidos entre os 40 e 45 dias de vida, com peso inferior a 15 kg.
A especificidade das raças, das pastagens e do maneio dos rebanhos determina a produção de carcaças de cabritos com pesos inferiores a 7 kg (5 kg em média), de qualidades organoléticas únicas, reconhecidas regional e nacionalmente nas variadíssimas ementas gastronómicas em que entra este tipo de borrego.
Área de produção: A área geográfica correspondente à produção do Cabrito da Beira – IGP compreende os concelhos de Meda, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Guarda, Fornos de Algodres, Trancoso, Celorico da Beira, Seia, Gouveia, Manteigas, Covilhã, Almeida, Sabugal, Belmonte, Fundão, Penamacor, Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Proenca-a-Nova, Oleiros, Sertã, Vila de Rei e Mação.
História: As origens do Cabrito da Beira IGP estão ligadas às raças Serrana e Charnequeira, que por sua vez têm origens difíceis de determinar, tudo indicando, no entanto, que são possivelmente descendentes das cabras selvagens do período Quaternário: Capra prisca, Capra aegagrus e Capra falconeri. Eventualmente, devido às sucessivas ondas migratórias, foi-se fixando na Península Ibérica a Capra pyrenaica, a partir da qual terá surgido a raça Serrana.
Caderno de especificações (pdf)
Publicação no jornal oficial da EU
Regulamento(CE) n.º 1107/96 da Comissão de 12.06.1996
Padrão da Raça Caprina Serrana: De acordo com o definido no Regulamento do Livro Genealógico, o caprino Serrano é um animal com as seguintes características:
Aspeto Geral — Estatura mediana, aptidão predominantemente leiteira. É uma cabra de estatura média, com uma altura de 64 cm na cernelha;
Pelagem — Pode ser preta, castanha e ruça, podendo apresentar coloração amarela em algumas regiões, sendo a única raça caprina autóctone de pelos compridos;
Cabeça — Grande, comprida, de perfil subcôncavo, frente ampla e ligeiramente abaulada; face triangular; chanfro largo, retilíneo e com depressão na união com o frontal, focinho fino; boca pequena e lábios finos; orelhas relativamente curtas e horizontais, cornos de secção triangular, rugosos, dirigidos para trás em forma de sabre, com hastes paralelas ou divergentes, ou ligeiramente dirigidas para trás, divergentes ou espiraladas;
Pescoço — Comprido, mal musculado, bordos retilíneos com ou sem brincos;
Tronco — Linha dorso-lombar quase direita ou ligeiramente oblíqua, dorsos e rins descarnados e retilíneos; garupa descaída, cauda curta e arrebitada. Tronco ligeiramente arqueado; abdómen desenvolvido;
Úbere — Bem desenvolvido, globoso, por vezes pendente de fundo de saco; tetos pequenos e cónicos dirigidos para a frente ou levemente para os lados;
Membros — Finos, resistentes, com unhas pequenas e rijas;
Peso vivo — adulto: Machos – 35 a 50 kg; Fêmeas – 25 a 40 kg.
(Ecotipos da Raça Caprina Serrana: Transmontano, Jarmelista, Ribatejano e da Serra)
Ecotipo Transmontano | Ecotipo Jarmelista | Ecotipo Ribatejano | Ecotipo da Serra |
Padrão da Raça Caprina Charnequeira
De acordo com o definido no Regulamento do Livro Genealógico, o caprino Charnequeiro é um animal com as seguintes características:
Aspeto Geral – Animais de uma certa corpulência eumétricos ou subhipermétricos, de aptidão carne-leite.
Pelagem – Uniforme, de cor vermelha com tons que vão desde o claro (trigueiro) até ao retinto (cor de mogno). Pele forte e elástica, pêlo curto, liso e, por vezes, brilhante nas fêmeas, sendo mais grosso e hirsuto nos machos, sobretudo no dorso e lombo.
Cabeça – Média, de perfil retilíneo ou subcôncavo, de fonte convexa, seguida de pequena depressão, e chanfro retilíneo. Olhos vivos e acastanhados. Orelhas pouco destacadas, direitas e de comprimento médio. Inerme ou com cornos, grandes, largos e juntos na base, dirigidos para cima, ligeiramente inclinados para trás, divergentes e retorcidos nas pontas ou nitidamente espiralados, em saca-rolhas, rugosos e de secção triangular. Barbicha frequente nos bodes e rara nas fêmeas.
Pescoço – Comprido e estreito, quase sempre com brincos.
Tronco – Amplo, com peito estreito e profundo. Cruz pouco destacada. Linha dorso-lombar quase direita, ligeiramente descaída para a frente. Garupa descaída. Cauda curta, horizontal e arrebitada na ponta. Abdómen bem desenvolvido.
Úbere – Ensacado e pendente ou globoso, de regular desenvolvimento, tetos destacados e de tamanho médio.
Membros – Fortes, curtos, com aprumos regulares e unhas resistentes.
Peso vivo – adulto: Machos – 55 a 60 kg; Fêmeas – 45 a 50 kg.
Fontes:
OVIBEIRA – Associação de Produtores Agropecuários
ANCRAS – Associação Nacional de Caprinicultores da Raça Serrana
Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)